É uma solenidade antiquíssima na liturgia da Igreja, atestada já no Concílio de Toledo, realizado em 656. A data de 25 de Março não é arbitrária, está em função do Nascimento do Senhor, que é celebrado exactamente nove meses depois,

A reforma do Calendário Litúrgico Romano, realizada por S. Paulo VI em 1969, restabeleceu a denominação de «Anunciação do Senhor», celebração que era e é festa em comum de Cristo e da Virgem Maria, como o próprio Papa explica na sua Exortação Apostólica Marialis Cultus, nº 6: «O Verbo torna-se Filho de Maria e Maria torna-se Mãe de Deus».

O mistério que hoje celebramos é a concepção do Filho de Deus no seio da Virgem Maria, pelo poder do Espírito Santo. S. Lucas deixou-nos na cap. 1, 26-38 do seu Evangelho, uma narração simples e grandiosa. Esta página evangélica, que é proclamada em várias celebrações marianas, adquire hoje um sentido pleno. «O Verbo fez-se carne e habitou entre nós» (Jo 1, 14), Este é o anúncio mais consolador que jamais foi anunciado. Deus fez-se um de nós. Deus vem salvar-nos e vem por meio de Maria: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua Palavra» (Lc, 1, 38).

« A humildade foi assumida pela majestade, a fraqueza pela força, a mortalidade pela eternidade (,,,) No Verbo é perfeita respectivamente a humildade do homem e a grandeza de Deus» (S. Leão Magno – séc. V),

Este ano a Solenidade da Anunciação do Senhor é celebrada em pleno tempo da Quaresma, que nos prepara para o Mistério Pascal de Cristo. Há uma relação estreita entre o Mistério da Encarnação e o da Redenção, como rezamos nesta oração tão conhecida: «Ó Deus, que pela Anunciação do Anjo, conhecemos a Encarnação de Jesus Cristo, Vosso Filho, pela Sua Paixão e Morte na Cruz, sejamos conduzidos à glória da Ressurreição».

Padre Ângelo Valadão

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