Celebrada quarenta dias depois do Natal, esta festa litúrgica evoca o mistério da Apresentação do Menino Jesus no Templo e a Purificação de Nossa Senhora, tal com era exigida pela Lei de Moisés e fundamenta-se no texto evangélico de Lucas 2, 22-40, proclamado nesta celebração.

No Novo Calendário Litúrgico, aprovado em 1969, esta festa retomou o nome de «Festa da Apresentação do Senhor». No entanto, é uma celebração que manifesta uma profunda relação entre o mistério de Cristo e o mistério de Maria, como afirmou o Papa S. Paulo VI, na sua Exortação Apostólica « O Culto a Maria»: «A festa que se celebra a 2 de Fevereiro, à qual foi restituída a denominação de Apresentação do Senhor, é uma memória ao mesmo tempo do Filho e da Mãe, isto é, a celebração de um mistério da salvação operado por Cristo ao qual a Santíssima Virgem esteve unida como Mãe do Servo sofredor de Yavé, como executora de uma missão pertencente ao antigo Israel e como figura do Novo Povo de Deus, constantemente provado na fé e na esperança pelo sofrimento e pela perseguição (cf Lc 2, 21-35)».

A leitura evangélica de Lucas 2, 22-40 mostra-nos que, Maria ao apresentar o Menino Jesus no Templo não realiza apenas o cumprimento de um ritual prescrito por Moisés, mas um gesto que encerrava um significado mais profundo, um acto de oferecimento verdadeiro. Maria oferece o Seu Filho ao Pai para redenção de toda a humanidade, um oferecimento com o qual Ela estava comprometida, desde a Anunciação.

Em muitas igrejas, a celebração eucarística desta festa é precedida da bênção e da procissão de velas, uma tradição que ficou a dever-se à afirmação do velho Simeão no Templo de Jerusalém, quando ao tomar o Menino Jesus nos braços, exclamou cheio de alegria: «Os meus olhos viram a salvação que puseste ao alcance de todos os povos, luz para se revelar à nações e glória de Israel, vosso Povo».

Padre Ângelo Valadão

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