João de Brito nasceu em Lisboa, em 1647. Sendo ainda criança perdeu o seu pai, que fora nomeado, pouco tempo depois da Restauração, pelo rei D. João IV , para governador do Brasil, onde faleceu. A mãe consagrou totalmente a sua vida à educação dos três filhos. João, o mais novo, foi educado na Corte portuguesa, como pagém do rei D. Pedro. No entanto, renunciando aos atrativos da corte, entrou em 17 de Dezembro de 1662 no Noviciado da Companhia de Jesus, em Lisboa, distinguindo-se pela sua piedade, observância religiosa e vida académica. Porém, o seu desejo era, a exemplo de S. Francisco Xavier, evangelizar a Índia.

Em Março de 1673 foi ordenado sacerdote e saiu logo depois , com mais dezassete missionários, em direcção à Índia, onde chegaram em Setembro do mesmo ano, depois de uma viagem cheia de dificuldades. Na cidade de Goa, João de Brito completou o estudo teológico e foi enviado, pelos superiores, para a Missão de Maduré, uma das mais trabalhosas e difíceis. Foi nessa Missão que João de Brito procurou realizar um trabalho de inculturação do Evangelho, na forma de vestir, nos costumes tradicionais e na aprendizagem da língua.

Mais tarde evangelizou os povos da Maravá, onde, em alguns dias, batizava mais de três mil pessoas. Entre os convertidos contava-se um príncipe chamado Tardadevéus, que teve de renunciar à poligamia. Entre o seu harém havia uma sobrinha do rei de Maravá que se enfureceu contra o missionário português, mandou-o prender e, mais tarde, mandou-o decapitar. Foi martirizado no dia 4 de Fevereiro de 1693, perto de Oregur. Na véspera dirigindo-se ao Superior da Missão assim interpretava o martírio que iria sofrer: «quando a culpa é virtude, o padecer é glória».

Foi beatificado pelo Papa Pio IX, em 17 de Fevereiro de 1852 e canonizado pelo Papa Pio XII, em 22 de Junho de 1947.

É grande o exemplo de Missionário deste santo, nosso compatriota.

Padre Ângelo Valadão

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