Se hoje não fosse o 5º Domingo do Tempo Comum, a Igreja em Portugal, por um privilégio concedido pelo Papa Bento XIV, estaria a celebrar a Festa das Cinco Chagas do Senhor.

O culto das Cinco Chagas, isto é, das cinco feridas do corpo do Senhor, recebidas na Cruz, foi sempre uma devoção muito viva entre os portugueses, desde os começos da nacionalidade. São disso testemunho a literatura religiosa e onomástica referente a pessoas e instituições. O próprio livro dos «Lusíadas» sintetiza no canto 1, 7 o simbolismo que tradicionalmente relaciona as armas da bandeira nacional (não sei até quando…) com as Chagas de Cristo: «Vêde-o no vosso escudo, que presente vos mostra a vitória já passada, na qual vos deu por armas e deixou as que Ele para si na Cruz tomou».

As Chagas que Cristo fez ver ao Apóstolo incrédulo Tomé e aos restantes, após a ressurreição (Jo 20, 27) são «fontes de misericórdia», às quais o Senhor nos convida a entrar, como dizia S. Pedro Damião: «Entra nas minhas chagas e encontrarás todo o bem para a tua alma». Elas são «fonte de amor», como afirmava S. Bernardo de Claraval: «Ó chagas que feris os corações mais duros e abrasais as almas mais frias do amor divino».

Padre Ângelo Valadão

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