Martinho nasceu na Panónia (atual Hungria), no ano 316. O seu pai era oficial do exército romano e, por isso, depois de estudos em Pavia, seguiu a carreira militar. Contra a vontade da família que era pagã, quando tinha dezoito anos inscreveu-se como catecúmeno e batizou-se provavelmente em Amiens, na Vigília Pascal de 339.
Sendo ainda catecúmeno deu provas de coerência cristã e de amor pelos pobres. Todos conhecem a «lenda de S. Martinho». Num dia cheio de frio, encontrou um pobre e dividiu a sua capa de oficial romano para o cobrir. Esse pobre era o próprio Cristo, que se lhe manifestou, à noite, envolto na capa que Martinho partilhara com ele.
Depois deixou a carreira militar e sob a orientação de Santo Hilário de Poitiers, consagrou-se definitivamente a Deus, professando a vida monástica. Primeiro levou uma vida eremita e, mais tarde, sob a orientação de Hilário, fundou em Ligugé, o primeiro mosteiro do Ocidente. No ano 373 foi eleito Bispo de Tours e, até à sua morte, que ocorreu em 397, consagrou-se com uma incansável solicitude à formação do clero, à pacificação dos povos e à evangelização. Foi o grande evangelizador da antiga província romana da Gália (atual França). Ainda hoje existem neste país 3.500 paróquias com o seu nome, sem contar as 485 localidades francesas, com o nome de Martinho.
A abundante iconografia centrada principalmente sobre a cena da partilha do manto com o pobre revela a popularidade de que goza este grande apóstolo, que fez passar a Gália do paganismo ao cristianismo.
No decorrer de uma missão pastoral a morte surpreendeu-o em Candes. mas foi sepultado em Tours. Foi um dos primeiros santos não mártires a ser honrado na liturgia da Igreja.
Padre Ângelo Valadão