A Palavra de Deus que nos é proposta neste sexto domingo comum fala-nos de opções, de escolhas acertadas para construir uma vida com sentido. De um lado está o caminho que Deus propõe; do outro está o caminho que nos é apontado pela lógica dos homens. O caminho que Deus aponta parece um caminho “improvável” e obriga-nos frequentemente a navegar contra a corrente; mas é, garantidamente, o caminho que nos leva à vida verdadeira.
Na primeira leitura o profeta Jeremias garante que, se apostarmos tudo em realidades humanas e efémeras estaremos a desperdiçar a nossa existência; mas se colocarmos a nossa esperança em Deus e aceitarmos viver de acordo com as indicações de Deus, encontraremos vida em abundância e felicidade sem fim.
No Evangelho Jesus mostra aos discípulos e à multidão como chegar à felicidade verdadeira. O caminho das “bem-aventuranças” contradiz absolutamente a lógica humana e inverte completamente a nossa escala de valores; mas apresenta-se com o selo de garantia do próprio Deus. De acordo com Jesus, é o caminho para um mundo mais humano, mais fraterno e mais feliz.
Na segunda leitura Paulo, dirigindo-se aos cristãos de Corinto – e aos crentes de todos os lugares e tempos – convida-os a acreditar na ressurreição e a viver de olhos postos no mundo que há de vir. Se esse for o nosso horizonte, saberemos que as coisas deste mundo são passageiras e não devem ser a prioridade da nossa vida.
LEITURA I – Jeremias 17, 5-8
Eis o que diz o Senhor:
«Maldito quem confia no homem e põe na carne toda a sua esperança,
afastando o seu coração do Senhor.
Será como o cardo na estepe que nem percebe quando chega a felicidade:
habitará na aridez do deserto, terra salobre, onde ninguém habita.
Bendito quem confia no Senhor e põe no Senhor a sua esperança.
É como a árvore plantada à beira da água, que estende as suas raízes para a corrente:
nada tem a temer quando vem o calor e a sua folhagem mantém-se sempre verde;
em ano de estiagem não se inquieta e não deixa de produzir os seus frutos».
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 1
Refrão: Feliz o homem que pôs a sua esperança no Senhor.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite.
É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.
Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.
LEITURA II – 1 Coríntios 15,12.16-20
Irmãos:
Se pregamos que Cristo ressuscitou dos mortos,
porque dizem alguns no meio de vós
que não há ressurreição dos mortos?
Se os mortos não ressuscitam,
também Cristo não ressuscitou.
E se Cristo não ressuscitou,
é vã a vossa fé, ainda estais nos vossos pecados;
e assim, os que morreram em Cristo pereceram também.
Se é só para a vida presente
que temos posta em Cristo a nossa esperança,
somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas não.
Cristo ressuscitou dos mortos,
como primícias dos que morreram.
ALELUIA – Lucas 6,23ab
Alegrai-vos e exultai, diz o Senhor, porque é grande no Céu a vossa recompensa.
EVANGELHO – Lucas 6,17.20-26
Naquele tempo,
Jesus desceu do monte, na companhia dos Apóstolos,
e deteve-Se num sítio plano,
com numerosos discípulos e uma grande multidão
de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e Sidónia.
Erguendo então os olhos para os discípulos, disse:
Bem-aventurados vós, os pobres,
porque é vosso o reino de Deus.
Bem-aventurados vós, que agora tendes fome,
porque sereis saciados.
Bem-aventurados vós, que agora chorais,
porque haveis de rir.
Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem,
quando vos rejeitarem e insultarem
e prescreverem o vosso nome como infame,
por causa do Filho do homem.
Alegrai-vos e exultai nesse dia,
porque é grande no Céu a vossa recompensa.
Era assim que os seus antepassados tratavam os profetas.
Mas ai de vós, os ricos,
porque já recebestes a vossa consolação.
Ai de vós, que agora estais saciados,
porque haveis de ter fome.
Ai de vós, que rides agora,
porque haveis de entristecer-vos e chorar.
Ai de vós, quando todos os homens vos elogiarem.
Era assim que os seus antepassados
tratavam os falsos profetas.