A liturgia do 30.º Domingo do Tempo Comum exorta-nos a viver com esperança A primeira leitura é um convite à alegria. Para o Povo que caminha pelos vales sombrias da vida e da história, Deus é um Pai que acompanha, que ampara e que cuida. Ele não deixará ninguém para trás, nem sequer os mais débeis – o cego, o coxo, a mulher grávida e a que tem dificuldade em manter o ritmo da caminhada pois transporta o seu bebé nos braços. Guiados pelo amor paternal e maternal de Deus, todos chegarão à terra sonhada, à meta da Vida verdadeira. Na segunda leitura um catequista cristão – o autor da Carta aos Hebreus – apresenta-nos Jesus como um sumo-sacerdote que compreende as nossas fraquezas e que nos leva até Deus. Podemos confiar n’Ele e segui-l’O sem hesitações. Ninguém encontra a Vida verdadeira sem caminhar com Jesus, sem escutar as suas indicações, sem viver ao seu estilo. É uma mensagem destinado a acordar crentes adormecidos, conformados com uma fé morna, sem exigência e sem compromisso. O Evangelho, através da história do cego Bartimeu, propõe-nos uma parábola sobre a passagem da escuridão para a luz, da vida velha para a vida nova. O encontro com Jesus é sempre uma oportunidade para abraçar uma existência com horizontes mais amplos, uma vida plena de luz e de sentido. Bartimeu, o homem que encontrou Jesus à saída de Jericó e O seguiu no “caminho” de Jerusalém, é o modelo de todos os discípulos.
LEITURA I – Jeremias 31,7-9
Eis o que diz o Senhor:
«Soltai brados de alegria por causa de Jacob,
enaltecei a primeira das nações.
Fazei ouvir os vossos louvores e proclamai:
‘O Senhor salvou o seu povo, o resto de Israel’.
Vou trazê-los das terras do Norte e reuni-los dos confins do mundo.
Entre eles vêm o cego e o coxo,
a mulher que vai ser mãe e a que já deu à luz.
É uma grande multidão que regressa.
Eles partiram com lágrimas nos olhos
e Eu vou trazê-los no meio de consolações.
Levá-los-ei às águas correntes, por caminho plano em que não tropecem.
Porque Eu sou um Pai para Israel e Efraim é o meu primogénito».
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 125 (126)
Refrão 2: O Senhor fez maravilhas em favor do seu povo.
Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e dos nossos lábios cânticos de júbilo.
Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria.
Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos,
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria.
À ida vão a chorar,
levando as sementes;
à volta vêm a cantar,
trazendo os molhos de espigas.
LEITURA II – Hebreus 5,1-6
Todo o sumo sacerdote, escolhido de entre os homens,
é constituído em favor dos homens,
nas suas relações com Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados.
Ele pode ser compreensivo para com os ignorantes e os transviados,
porque também ele está revestido de fraqueza;
e, por isso, deve oferecer sacrifícios
pelos próprios pecados e pelos do seu povo.
Ninguém atribui a si próprio esta honra,
senão quem foi chamado por Deus, como Aarão.
Assim também, não foi Cristo que tomou para Si a glória
de Se tornar sumo sacerdote; deu-Lha Aquele que Lhe disse:
«Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei»,
e como disse ainda noutro lugar:
«Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec».
ALELUIA – cf. 2 Timóteo 1,10
Jesus Cristo, nosso Salvador, destruiu a morte
e fez brilhar a vida por meio do Evangelho.
EVANGELHO – Marcos 10,46-52
Naquele tempo, quando Jesus ia a sair de Jericó
com os discípulos e uma grande multidão,
estava um cego, chamado Bartimeu, filho de Timeu,
a pedir esmola à beira do caminho.
Ao ouvir dizer que era Jesus de Nazaré que passava, começou a gritar:
«Jesus, Filho de David, tem piedade de mim».
Muitos repreendiam-no para que se calasse.
Mas ele gritava cada vez mais:
«Filho de David, tem piedade de mim».
Jesus parou e disse: «Chamai-O».
Chamaram então o cego e disseram-lhe:
«Coragem! Levanta-te, que Ele está a chamar-te».
O cego atirou fora a capa, deu um salto e foi ter com Jesus.
Jesus perguntou-lhe:
«Que queres que Eu te faça?»
O cego respondeu-Lhe:
«Mestre, que eu veja».
Jesus disse-lhe:
«Vai: a tua fé te salvou».
Logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho.