José, descendente do rei David, era provavelmente de Belém. Por motivos familiares ou profissionais veio mais tarde residir em Nazaré, na Galileia e aí se tornou o Esposo de Maria. Apenas os «Evangelhos da Infância de Jesus», segundo Mateus e Lucas, se referem a esta personagem tão importante na História da Salvação.

O Evangelho de Mateus refere o Anúncio a José do Mistério da Encarnação do Verbo, no seio de Maria, por obra do Espírito Santo. José, «homem justo», aceitou esta revelação divina, ainda que tenha passado por uma dura crise interior (Mt 1, 18-23). Lucas refere-nos que José acompanhou Maria a Belém, por altura do nascimento de Jesus (Lc 2, 1-20). Mais tarde, quando o Menino tem doze anos, veio com Ele e com Maria à cidade de Jerusalém, por altura da Páscoa e, quando O perderam, regressaram à cidade para reencontrá-lo três dias depois no Templo, entre os Doutores da Lei  (Lc 2, 41-52). Mateus referir-nos-á ainda o caso da «fuga para o Egipto» com Maria e o Menino, por causa da perseguição de Herodes e o seu regresso, depois de algum tempo, a Nazaré (Mt 2, 12-15. 19-23).

O seu culto difundiu-se rapidamente na Igreja do Oriente. No Ocidente a sua festa só começou a ser celebrada, no séc. XV, quando o Papa Sisto IV inscreveu o seu nome no Calendário Romano. Em 1621, por iniciativa do Papa Gregório XV a sua devoção estendeu-se finalmente a toda a Igreja Latina. A partir de então, o seu culto enraíza-se na fé popular e, no dia 8 de Dezembro de 1870, o Papa Pio IX proclamou-o «Padroeiro da Igreja Católica», elevando a sua festa de 19 de Março a Solenidade. Em 1963 S. João XXIII, que colocou o Concílio Vaticano II sob a sua proteção, acrescentou o nome de S. José à lista dos Santos invocados no antigo Cânone Romano, hoje a Anáfora I. O Papa S. João Paulo II, a 15 de Agosto de 1989,  escreveu uma Exortação Apostólica «Redemptoris Custos» (Guarda do Redentor), inteiramente dedicada à figura e missão de S. José na vida de Cristo e da Igreja, O atual Papa Francisco, por meio da Carta Apostólica «Patris Corde» (Com o coração de pai), publicada em 8 de Dezembro de 2020, dedicou um «Ano a S. José», «o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana, discreta, escondida, um intercessor, um amparo, um guia nos momentos de dificuldade» (PC). O ano dedicado a S. José está a decorrer em toda a Igreja, desde 8 de Dezembro passado até ao dia 8 de Dezembro do ano em curso.

Padre Ângelo Valadão

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