Policarpo nasceu numa família cristã, depois do ano 75 e foi logo batizado.

Segundo o testemunho de Santo Ireneu, na sua obra «Tratado das Heresias», Policarpo foi discípulo do Apóstolo e Evangelista S. João e foi Bispo de Esmirna, na Turquia, por volta do ano 100. Diz Santo Ireneu: «Policarpo não só foi ensinado pelos Apóstolos e conversou com muitos que tinham conhecido em vida Jesus Cristo, mas deveu aos mesmos Apóstolos a sua eleição para Bispo de Esmirna, na Ásia, (…) Todas as Igrejas da  Ásia e todos os que até agora têm sido sucessores de Policarpo, dão testemunho de que foi inviolável pregador da verdade».

Santo Inácio de Antioquia, que foi condenado à morte, por causa da sua fé cristã e da sua missão episcopal, pelo imperador Trajano, fez uma longa viagem desde Antioquia até Roma e, ao passar por Esmirna foi muito bem acolhido por Policarpo a quem, ao chegar a Roma, escreveu uma carta manifestando a sua admiração por ele e louvando o seu zelo pastoral.

Quando o imperador Marco Aurélio moveu uma feroz perseguição contra a Igreja começou por Esmirna. Policarpo, com oitenta e seis anos, foi levado para o estádio para ser morto, pois nunca renunciou a ser cristão. Afirmará ao procônsul Estácio Quadrato: «Tu finges que não sabes eu quem sou. Então ouve bem: eu sou cristão».

Uma testemunha ocular que viu o seu martírio escreveu uma «Carta sobre o Martírio de Policarpo», dizendo que «ele não quis que o prendessem dirigindo-se corajosamente ao patíbulo onde foi aceso o fogo. O milagre fez com que não fosse queimado e, por fim, foi apunhalado, no dia 23 de Fevereiro do ano 155, por volta do meio-dia».

Esta Carta é a primeira obra cristã dedicada ao martírio de um cristão por causa da fé e é também a primeira a chamar «mártir», isto é, «testemunha», a quem morre pela fé.

S. Policarpo deixou três cartas às comunidades cristãs, mas apenas se conserva a que foi dirigida aos Filipenses, em que recorda a Paixão de Cristo. Nela recorda e incentiva a «permanecerem firmes e inabaláveis na fé…quando puderdes fazer o bem, não adieis a oportunidade…O Senhor não seja blasfemado por vós…Ensinai a todos a viverem santamente, como vós mesmos viveis».

Padre Ângelo Valadão

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