Os irmãos Francisco e Jacinta Marto nasceram no lugar dos Valinhos, freguesia da Fátima, nos dias 11 de julho de 1908 e 11 de maio de 1910, respetivamente. Foram os dois pastorinhos que, juntamente com a prima Lúcia, tiveram seis manifestações de Nossa Senhora, na Cova da Iria, em Fátima, no ano de 1917.


Francisco era naturalmente pacífico e bondoso e tinha muito sentido de humor. Sempre a sorrir e amável, brincava com todas as crianças indistintamente. Gostava de contemplar a natureza e era amigo dos animais. Dedicou uma grande amizade à prima Lúcia, sobretudo depois das aparições. Durante as seis manifestações marianas via, mas não ouvia, nem consequentemente tomava parte no diálogo. Eram a irmã e a prima que lhe explicavam depois, tudo o que tinha sido dito e que ele seguia com muita atenção. Para fazer a sua oração e oferecer os seus sacrifícios gostava de se ocultar até da irmã e da prima. Adoeceu, ferido pela pneumónica, em dezembro de 1918 e faleceu no dia 4 de abril de 1919. Foi sepultado no cemitério de Fátima, mas os seus restos mortais foram transladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, na Cova da Iria, a 13 de março de 1952.


Jacinta era a mais nova dos sete irmãos. Tinha um coração de ouro, terno e compassivo. Por vezes tomava um cordeirinho ao colo e colocava-se no meio do rebanho, para imitar Jesus que tinha visto assim representado numa estampa. Entregou-se generosamente à penitência pela conversão dos pecadores, logo depois da primeira manifestação do Anjo e, sobretudo, a partir de 13 de julho. Sofreu muito com a morte do irmão e mais tarde com a separação dos pais, dos irmãos e da prima, quando foi para o hospital de D. Estefânia, em Lisboa, a 21 de janeiro de 1920, onde veio a falecer, dado que também foi atingida pela pneumónica, em dezembro de 1918. Durante o tempo em que ainda viveu cultivou uma especial devoção à Eucaristia, o «Jesus escondido», ao Imaculado Coração de Maria e ao Santo Padre. Faleceu no dia 20 de fevereiro de 1920. O caixão, com seu corpo foi depositado no jazigo do barão de Alvaiázere, em Vila Nova de Ourém e transladado para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, na Cova da Iria, em 21 de maio de 1959.

Ambos os videntes foram beatificados pelo Papa S. João Paulo II, em Fátima, no dia 13 de maio do ano 2000 e canonizados pelo atual Papa Francisco, em 13 de maio de 2017, centenário da primeira aparição. Foram as primeiras crianças a serem beatificadas e canonizadas sem serem mártires.

Padre Ângelo Valadão

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