Pelo que sabemos, a partir das informações históricas dadas pela Sagrada Escritura, Timóteo foi discípulo predileto de Paulo. Nasceu em Listra, filho de pai pagão e de mãe judia, Eunice, convertida ao cristianismo (2ª Tm 1, 5). É apresentado como tendo sido educado na fé cristã, quer pela mãe, quer pela avó Loide, que lhe ensinaram as Sagradas Escrituras (2ª Tm 3, 14-15).
Foi companheiro de Paulo nas suas viagens missionárias, enfrentando todos os riscos do apostolado (Act 17, 14-15). Seguindo sempre Paulo, foi enviado para a Macedónia (Act 19, 22), tendo-lhe sido confiadas as comunidades cristãs de Tessalónica e Corinto (1ª Cor 4, 17; 16, 10), para reunir-se ao grupo que acompanhava o Apóstolo (Act 20, 4). Este enviou-lhe uma carta para Éfeso (1ª Tm 1, 3), onde foi colocado como bispo daquela comunidade. Foi um companheiro inseparável de Paulo, estando junto dele na sua primeira prisão e ficando a seu lado durante a sua última prisão, em Roma. Não consta que tenha sido martirizado e, provavelmente, morreu em Éfeso.
Tito, de origem grega, tendo nascido no seio de uma família pagã, converteu-se à fé cristã durante a primeira viagem missionária de Paulo. No entanto, foi um homem com uma fé firme, activa e generosa na evangelização. Um homem de paz, que ama e se faz amar e dotado de grande capacidade organizativa. Acompanhou Paulo e Barnabé a Jerusalém (Gl 2, 1-3), onde o Apóstolo se opôs decisivamente àqueles que queriam que ele fosse circuncidado.
Quando Paulo, na sua 1ª Carta aos Coríntios 2, 13, diz que ao passar por Tróade deseja encontrar-se com Tito «meu irmão», revela uma grande confiança naquele discípulo, que desempenhou papel de intermediário entre Corinto e Paulo, para restabelecer a concórdia entre essa Igreja e o Apóstolo (2ª Cor 7, 5-7). Colocando-o como bispo na comunidade de Creta, Paulo designa-o como «um verdadeiro filho pela fé que nos é comum» (Tt 1, 4). O Apóstolo escreveu-lhe para que fosse ter com ele a Nicópolis (Tt 3, 14) e, provavelmente, mandou-o à Dalmácia, onde ele é venerado de modo particular. Segundo a tradição, morreu na sua comunidade de Creta, com idade avançada.
Padre Ângelo Valadão