Tomás nasceu em 1225, no castelo de Roccasecca. no seio da família dos condes de Aquino, uma pequena cidade, onde os seus pais exerciam um modesto poder feudal. Por isso, foi chamado, mais tarde, Tomás de Aquino.
Ainda criança foi entregue como «oblato», aos cuidados dos monges beneditinos da Abadia de Monte Cassino. Com dezanove anos entrou, contra a vontade da família, na Ordem dos Pregadores, fundada por S. Domingos de Gusmão. Após estudos feitos em Nápoles, partiu para Paris em 1254, para completar a sua formação junto do seu mestre Santo Alberto Magno, de quem foi discípulo predilecto. Se descontarmos uma rápida passagem por Colónia e um périplo de nove anos por algumas universidades italianas, foi em Paris que Tomás ensinou e adquiriu a amplitude intelectual que se lhe reconhece, através de uma série de «combates intelectuais» com os seus adversários: os averroístas da faculdade das Artes, à frente dos quais estava Siger de Barbante, os agostinianos, entre os quais o franciscano João Pecham e, em menor grau, o próprio S. Boaventura. A sua obra e as suas posições doutrinais foram-se espalhando e constituindo uma escola autónoma, no contexto das polémicas doutrinais do seu tempo. Até ao século dezanove o seu pensamento exercerá uma grande influência, nomeadamente, sobre os pensadores da Contra-Reforma. Após um efectivo silenciamento da sua obra, durante todo este século, o século XX assistiu a um verdadeiro renascimento do seu pensamento, que tomou a forma de «Movimento Tomista».
Até redigir as suas duas grandes obras; a «Summa Contra Gentiles» e a Summa Teológica, que são as grandes «catedrais» do seu saber, Tomás redigiu numerosos Comentários sobre Aristóteles e outros grandes filósofos, Tratados e Comentários sobre a Sagrada Escritura. A obra filosófica e teológica de S. Tomás, inspirada em Aristóteles e liberta do platonismo agostiniano, permitiu que se desenvolvesse uma «Nova Escolástica», abrindo uma nova época ao nível do pensamento. Ao inscrever-se no movimento de renovação da especulação filosófica, S. Tomás conseguiu edificar uma nova síntese doutrinal de grande fôlego. Ao não aceitar que as verdades racionais e as verdades reveladas tinham forçosamente de se opor, a sua obra constitui, na realidade, uma ponte de reconciliação entre a fé e a cultura.
Se, durante a sua vida, muitas das suas posições foram consideradas controversas e até condenadas, as suas propostas doutrinais tornaram-se, progressivamente, uma referência obrigatória em qualquer disputa teológica.
Morreu a 7 de Março de 1274, na Abadia Cisterciense de Fossanova, quando se encontrava a caminho para participar no Concílio de Lião. Foi canonizado em 1323, pelo Papa João XXII e proclamado Doutor da Igreja, pelo Papa Pio V, em 1567. O Papa Leão XIII, em 1880, declarou-o Patrono das Escolas Católicas.
Padre Ângelo Valadão