João de Yepes nasceu no seio de uma família muito pobre, em Fontiveras (Ávila), em 1542.

Aos vinte e dois anos ingressou na Ordem Religiosa dos Carmelitas, em Medina del Campo e foi ordenado presbítero em 1567. Mas, desiludido com a vida religiosa do seu convento, que considerava pouco exigente, pensou em tornar-se cartuxo. Por essa altura encontrou Teresa de Ávila, sua conterrânea, e de quem foi mais tarde orientador espiritual, que o aconselhou a reformar a sua própria Ordem. João concordou, mas o seu projeto de reforma congrega contra si a hostilidade dos carmelitas moderados que, em 1577, o encarceraram numa cela, em Toledo.

João da Cruz (nome que tomou ao entrar na vida religiosa) recebeu duas grandes graças de Deus: a de O contemplar Face-a-Face (teve numerosas experiências místicas) e a de poder transcrevê-las perfeitamente. É durante o tempo de prisão que ele compôs os poemas, que são dos mais belos poemas em castelhano e escreve, sob a forma de comentário, quatro grandes tratados: «A subida do Monte Carmelo», «A Noite Escura», «O Cântico Espiritual» e «A Viva Chama do Amor». Foram esses escritos que fizeram dele o «Doutor Místico» por excelência.

Depois de sair do cárcere, incorporou-se na vida da nascente Reforma e ocupou o cargo de superior em Segóvia.

Morreu em Ubeda a 14 de Dezembro de 1591. Foi canonizado pelo Papa Bento XIII, em 1726 e proclamado Doutor da Igreja, pelo Papa Pio XI, em 1926.

Padre Ângelo Valadão

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