A liturgia deste domingo fala-nos de “vocação”. Lembra-nos que Deus conta connosco para concretizar o seu projeto de salvação para o mundo e para os homens. Desafia-nos a responder com generosidade ao chamamento de Deus.

primeira leitura traz-nos a descrição plástica do chamamento de um profeta – Isaías. Enquanto dialoga com Deus, Isaías apercebe-se de que Deus tem planos para ele. Apesar de se sentir frágil e indigno, Isaías abraça o convite de Deus e responde: “eis-me aqui: podeis enviar-me”.

No Evangelho, Lucas oferece-nos uma imagem do “barco de Simão Pedro”, metáfora da comunidade cristã. Jesus está lá, sentado a ensinar todos aqueles que se dispõem a escutá-l’O. O Mestre quer entregar-lhes uma missão: serem “pescadores de homens”. Eles são chamados a trabalhar com Jesus na libertação de todos os homens e mulheres afogados no sofrimento sem sentido.

Na segunda leitura, São Paulo fala-nos da ressurreição de Cristo, uma realidade que nos abre perspetivas novas e que nos permite encarar a vida com esperança. Recorda-nos que somos chamados a acreditarmos e a sermos testemunhas da vida nova que brota de Jesus e da sua proposta.

LEITURA I – Isaías 6,1-2a.3-8

No ano em que morreu Ozias, rei de Judá,
vi o Senhor, sentado num trono alto e sublime;
a fímbria do seu manto enchia o templo.
À sua volta estavam serafins de pé, que tinham seis asas cada um
e clamavam alternadamente, dizendo:
«Santo, santo, santo é o Senhor do Universo. A sua glória enche toda a terra!»
Com estes brados as portas oscilavam nos seus gonzos e o templo enchia-se de fumo.
Então exclamei:
«Ai de mim, que estou perdido, porque sou um homem de lábios impuros,
moro no meio de um povo de lábios impuros 

e os meus olhos viram o Rei, Senhor do Universo».
Um dos serafins voou ao meu encontro, 

tendo na mão um carvão ardente que tirara do altar com uma tenaz.
Tocou-me com ele na boca e disse-me:
«Isto tocou os teus lábios: desapareceu o teu pecado, foi perdoada a tua culpa».
Ouvi então a voz do Senhor, que dizia:
«Quem enviarei? Quem irá por nós?»
Eu respondi: «Eis-me aqui: podeis enviar-me».

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 137 (138)

Refrão:  Na presença dos Anjos, eu Vos louvarei, Senhor.

De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graças,
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos Vos hei de cantar
e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.

Hei de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade,
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma.

Todos os reis da terra Vos hão de louvar, Senhor,
quando ouvirem as palavras da vossa boca.
Celebrarão os caminhos do Senhor,
porque é grande a glória do Senhor.

A vossa mão direita me salvará,
o Senhor completará o que em meu auxílio começou.
Senhor, a vossa bondade é eterna,
não abandoneis a obra das vossas mãos.

LEITURA II – 1 Coríntios 15,1-11

Recordo-vos, irmãos, o Evangelho que vos anunciei e que recebestes,
no qual permaneceis e pelo qual sereis salvos,
se o conservais como eu vo-lo anunciei; aliás teríeis abraçado a fé em vão.
Transmiti-vos em primeiro lugar o que eu mesmo recebi:
Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras;
foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras,
e apareceu a Pedro e depois aos Doze.
Em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez,
dos quais a maior parte ainda vive, enquanto alguns já faleceram.
Posteriormente apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos.
Em último lugar, apareceu-me também a mim, como o abortivo.
Porque eu sou o menor dos Apóstolos e não sou digno de ser chamado Apóstolo,
por ter perseguido a Igreja de Deus.
Mas pela graça de Deus sou aquilo que sou e a graça que Ele me deu não foi inútil.
Pelo contrário, tenho trabalhado mais que todos eles, 

não eu, mas a graça de Deus, que está comigo.
Por conseguinte, tanto eu como eles, é assim que pregamos;
e foi assim que vós acreditastes.

ALELUIA – Mateus 4,19

Vinde comigo, diz o Senhor, e farei de vós pescadores de homens.

EVANGELHO – Lucas 5,1-11

Naquele tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus,
para ouvir a palavra de Deus.
Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos estacionados no lago.
Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar as redes.
Jesus subiu para um barco, que era de Simão,
e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra.
Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a multidão.
Quando acabou de falar, disse a Simão:
«Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca».
Respondeu-Lhe Simão:
«Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada.
Mas, já que o dizes, lançarei as redes».
Eles assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes
que as redes começavam a romper-se.
Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco para os virem ajudar;
eles vieram e encheram ambos os barcos de tal modo que quase se afundavam.
Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe:
«Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador».
Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros,
por causa da pesca realizada.
Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão.
Jesus disse a Simão:
«Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens».
Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram tudo e seguiram Jesus.

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