Na liturgia do sexto domingo do tempo pascal sobressai a promessa de Jesus de acompanhar e de orientar os seus discípulos ao longo de todo o caminho histórico que eles vão percorrer.
No Evangelho Jesus, na véspera da sua morte, despede-se dos discípulos. Diz-lhes que vai para o Pai, mas que estará sempre em comunhão com eles. O Espírito Santo que vão receber ensinará aos discípulos “todas as coisas”, recordar-lhes-á tudo o que Jesus lhes disse enquanto andou com eles, fará com que eles se mantenham em comunhão com Jesus.
A primeira leitura mostra-nos a comunidade dos discípulos de Jesus a caminhar pela história e a ser confrontada com novos desafios e com novas realidades. Cumpre-se o que Jesus tinha dito: o Espírito Santo, dom de Deus, ajuda os discípulos a discernir o caminho certo, a separar o essencial do acessório, a desenhar caminhos por onde o Evangelho chegue a todos os povos da terra.
Na segunda leitura, apresenta-se mais uma vez a meta final da caminhada da Igreja: a “Jerusalém messiânica”, a cidade da luz e da paz, o Templo perfeito onde os discípulos do “Cordeiro” (Jesus) viverão em comunhão plena com Deus.
LEITURA I – Atos dos Apóstolos 15,1-2.22-29
Naqueles dias, alguns homens que desceram da Judeia
ensinavam aos irmãos de Antioquia:
«Se não receberdes a circuncisão,
segundo a Lei de Moisés, não podereis salvar-vos».
Isto provocou muita agitação e uma discussão intensa
que Paulo e Barnabé tiveram com eles.
Então decidiram que Paulo e Barnabé e mais alguns discípulos
subissem a Jerusalém para tratarem dessa questão com os Apóstolos e os anciãos.
Os Apóstolos e os anciãos, de acordo com toda a Igreja,
decidiram escolher alguns irmãos
e mandá-los a Antioquia com Barnabé e Paulo.
Eram Judas, a quem chamavam Barsabás,
e Silas, homens de autoridade entre os irmãos.
Mandaram por eles esta carta:
«Os Apóstolos e os anciãos, irmãos vossos, saúdam os irmãos de origem pagã
residentes em Antioquia, na Síria e na Cilícia.
Tendo sabido que, sem nossa autorização,
alguns dos nossos vos foram inquietar,
perturbando as vossas almas com as suas palavras,
resolvemos, de comum acordo, escolher delegados para vo-los enviarmos
juntamente com os nossos queridos Barnabé e Paulo,
homens que expuseram a sua vida pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por isso vos mandamos Judas e Silas,
que vos transmitirão de viva voz as nossas decisões.
O Espírito Santo e nós decidimos não vos impor mais nenhuma obrigação,
além destas que são indispensáveis:
abster-se da carne imolada aos ídolos,
do sangue, das carnes sufocadas e das relações imorais.
Procedereis bem, evitando tudo isso. Adeus».
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 66 (67)
Refrão 1: Louvado sejais, Senhor, pelos povos de toda a terra.
Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção,
resplandeça sobre nós a luz do seu rosto.
Na terra se conhecerão os vossos caminhos
e entre os povos a vossa salvação.
Alegrem-se e exultem as nações,
porque julgais os povos com justiça e
governais as nações sobre a terra.
Os povos Vos louvem, ó Deus,
todos os povos Vos louvem.
Deus nos dê a sua bênção
e chegue o seu louvor aos confins da terra.
LEITURA II – Apocalipse 21,10-14.22-23
Um Anjo transportou-me em espírito ao cimo de uma alta montanha
e mostrou-me a cidade santa de Jerusalém, que descia do Céu, da presença de Deus,
resplandecente da glória de Deus.
O seu esplendor era como o de uma pedra preciosíssima,
como uma pedra de jaspe cristalino.
Tinha uma grande e alta muralha, com doze portas e, junto delas, doze Anjos;
tinha também nomes gravados, os nomes das doze tribos dos filhos de Israel:
três portas a nascente, três portas ao norte, três portas ao sul e três portas a poente.
A muralha da cidade tinha na base doze reforços salientes
e neles doze nomes: os doze Apóstolos do Cordeiro.
Na cidade não vi nenhum templo,
porque o seu templo é o Senhor Deus omnipotente e o Cordeiro.
A cidade não precisa da luz do sol nem da lua, porque a glória de Deus a ilumina
e a sua lâmpada é o Cordeiro.
EVANGELHO – João 14,23-29
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
«Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará;
Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada.
Quem Me não ama não guarda a minha palavra.
Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou.
Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco.
Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome,
vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse.
Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz.
Não vo-la dou como a dá o mundo.
Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.
Ouvistes o que Eu vos disse:
Vou partir, mas voltarei para junto de vós.
Se Me amásseis, ficaríeis contentes por Eu ir para o Pai,
porque o Pai é maior do que Eu.
Disse-vo-lo agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, acrediteis».