A primeira leitura apresenta-nos o início do “Shema’ Israel”, a grande afirmação de fé que todo o israelita piedoso fazia duas vezes por dia. Lembrava que Deus era o centro fundamental à volta do qual se articulava e construía toda a vida do crente; e convidava o israelita fiel a responder à ação salvadora desse Deus com uma entrega total, uma dedicação completa, um amor sem limites e sem condições.
No Evangelho, Jesus define o princípio que deve orientar a vida e o compromisso dos seus discípulos: o amor. Esse princípio, raiz fundamental da existência cristã, concretiza-se em duas vertentes: como amor a Deus e como amor ao próximo. Quem ama Deus escuta as suas palavras, vive de acordo com as suas indicações, procura concretizar o seu projeto para o mundo e para os homens; e ao mesmo tempo, contagiado por Deus, acolhe e cuida, com solicitude e amor, dos irmãos que encontra no caminho.
Na segunda leitura, um catequista cristão fala de Cristo como o sumo-sacerdote perfeito, que ofereceu no altar da cruz o sacrifício da sua própria vida. Com a sua entrega, Cristo cumpriu o plano do Pai e mostrou o seu amor a Deus; apresentando-se diante de Deus com esse dom, tornou-se intercessor dos seus irmãos e mostrou também o seu amor aos homens.
LEITURA I – Deuteronómio 6,2-6
Moisés dirigiu-se ao povo, dizendo:
«Temerás o Senhor, teu Deus, todos os dias da tua vida,
cumprindo todas as suas leis e preceitos que hoje te ordeno,
para que tenhas longa vida, tu, os teus filhos e os teus netos.
Escuta, Israel, e cuida de pôr em prática
o que te vai tornar feliz e multiplicar sem medida
na terra onde corre leite e mel,
segundo a promessa que te fez o Senhor, Deus de teus pais.
Escuta, Israel: o Senhor nosso Deus é o único Deus.
Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração,
com toda a tua alma e com todas as tuas forças.
As palavras que hoje te prescrevo
ficarão gravadas no teu coração».
SAMO RESPONSORIAL – Salmo 17
Refrão: Eu Vos amo, Senhor: Vós sois a minha força.
Eu Vos amo, Senhor, minha força,
minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador,
meu Deus, auxílio em que ponho a minha confiança,
meu protetor, minha defesa e meu salvador.
Invoquei o Senhor – louvado seja Ele –
e fiquei salvo dos meus inimigos.
Viva o Senhor, bendito seja o meu protetor;
exaltado seja Deus, meu Salvador.
Senhor, eu Vos louvarei entre os povos
e cantarei salmos ao vosso nome.
O Senhor dá ao seu Rei grandes vitórias
e usa de bondade para com o seu Ungido.
LEITURA II – Hebreus 7,23-28
Os sacerdotes da antiga aliança
sucederam-se em grande número,
porque a morte os impedia de durar sempre.
Mas Jesus, que permanece eternamente, possui um sacerdócio eterno.
Por isso pode salvar para sempre
aqueles que por seu intermédio se aproximam de Deus,
porque vive perpetuamente para interceder por eles.
Tal era, na verdade, o sumo sacerdote que nos convinha:
santo, inocente, sem mancha,
separado dos pecadores e elevado acima dos céus,
que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes,
de oferecer cada dia sacrifícios, primeiro pelos seus próprios pecados,
depois pelos pecados do povo, porque o fez de uma vez para sempre
quando Se ofereceu a Si mesmo.
A Lei constitui sumos sacerdotes homens revestidos de fraqueza,
mas a palavra do juramento, posterior à Lei,
estabeleceu o Filho sumo sacerdote perfeito para sempre.
EVANGELHO – Marcos 12,28-34
Naquele tempo,
aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe:
«Qual é o primeiro de todos os mandamentos?»
Jesus respondeu:
«O primeiro é este:
‘Escuta, Israel:
O Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás o Senhor teu Deus
com todo o teu coração, com toda a tua alma,
com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’.
O segundo é este:
‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.
Não há nenhum mandamento maior que estes».
Disse-Lhe o escriba:
«Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes:
Deus é único e não há outro além d’Ele.
Amá-l’O com todo o coração,
com toda a inteligência e com todas as forças,
e amar o próximo como a si mesmo,
vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios».
Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente,
Jesus disse-lhe:
«Não estás longe do reino de Deus».
E ninguém mais se atrevia a interrogá-I’O.