Com a celebração da Solenidade de Pentecostes encerramos o tempo litúrgico da Páscoa e o cumprimento da promessa do Senhor Ressuscitado: a descida do Espírito Santo sobre a Igreja nascente.
As leituras bíblicas propostas para esta celebração litúrgica, a primeira do livro dos Actos dos Apóstolos 2, 1-11 e a leitura evangélica de João 20, 19-23, descrevem-nos duas experiências pentecostais da Igreja primitiva. S. Lucas, o autor dos Actos dos Apóstolos, situa a descida do Espírito Santo, no dia da festa judaica de Pentecostes, em que era celebrada a Aliança realizada no Monte Sinai. Agora começa uma nova Aliança com um novo Povo, a Igreja. Os sinais sensíveis da presença do Espírito Santo são: o «vento» e o «fogo». O Espírito sopra como o vento e empurra os Apóstolos a saírem para a rua e a anunciarem a Boa Nova à multidão ali reunida. O Espírito como o fogo, purifica, ilumina e aquece os que O acolhem. O Apóstolo e Evangelista S. João situa a doação do Espírito Santo aos Apóstolos, na tarde do Domingo da Ressurreição. Jesus aparece no meio deles e realiza um gesto muito significativo: «soprou sobre eles e disse-lhes: recebei o Espírito Santo». Tal como na primeira criação Deus «insuflara o Seu Espírito», sobre o barro inerte e o homem tornou-se um «ser vivo», assim também Jesus Ressuscitado realiza uma nova criação com a doação de uma nova vida aos que n`Ele acreditam. Essa vida é iniciada e mantida pela acção do Espírito Santo «Senhor que dá a vida».
Que hoje sempre rezemos. «Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor».
Padre Ângelo Valadão