Em 19 de Junho de 1988, na Praça de S. Pedro, em Roma, o Papa S. João Paulo II canonizava, em simultâneo, cento e dezassete Mártires Vietnamitas, à frente dos quais, o presbítero André Dung-Lac. São Mártires de vários estados de vida: bispos, presbíteros, religiosos e leigos, muitos dos quais catequistas e seminaristas, de várias nacionalidades e que sofreram o martírio em épocas diversas, entre os séculos XVIII e XIX.

Os missionários franceses foram praticamente os únicos missionários católicos da Indochina. Desembarcados, nos princípios do século XVII, viram multiplicar-se rapidamente os frutos da sua atividade, apesar do Vietname atravessa, nessa época, uma fase de grandes convulsões, como resultado das lutas pelo poder em que se achavam grandes famílias senhoriais. Neste contexto e, acompanhando as flutuações políticas, a nova cristandade era regularmente perseguida, mais no Tonquim do que na Cochichina. Houve, assim, numerosos mártires cristãos, sobretudo no período compreendido entre 1745 e 1862.

Na homilia da sua canonização, o Papa S. João Paulo II afirmava: «Estes mártires afirmaram com vigor a sua vontade de lealdade às autoridades do país, sem transgredir o que era justo e reto; ensinaram a venerar e a respeitar os antepassados, segundo os costumes da sua terra, à luz do mistério da ressurreição».

Padre Ângelo Valadão

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