Durante toda a oitava da Páscoa e nos três primeiros Domingos deste tempo litúrgico, escutamos várias narrativas evangélicas das aparições de Jesus Ressuscitado aos seus discípulos. Estas aparições têm a finalidade de confirmar a fé dos discípulos na vitória do Crucificado sobre a morte e na presença viva do Senhor entre os seus.

Neste III Domingo de Páscoa escutamos uma das narrativas de Lucas 24, 35-48, que nos apresenta a terceira manifestação do Ressuscitado, logo após a aparição aos discípulos de Emaús, em que Ele se revelara na «Palavra» e ao «partir do pão». Agora Ele aparece no meio deles e saúda-os na «paz», ajuda-os a descobrir a sua Pessoa, manifestando-lhes as marcas da Paixão, pedindo que O toquem e come na frente deles. Não é um fantasma, nem um espírito, mas é o mesmo Senhor que convivera com Eles. Das suas dúvidas e incertezas eles passam à fé na ressurreição, «abrindo-lhes o entendimento, para compreenderem as Escrituras» e verem que Ele tinha de passar pela morte para chegar à ressurreição. Quando os discípulos têm a certeza de que Ele está vivo, tomam também a consciência de que O têm de anunciar a «todo o mundo», como suas «testemunhas».

O caminho que nós cristãos temos de percorrer hoje para acreditarmos na ressurreição, não está isento de dúvidas e incertezas. Temos, como os Apóstolos, de abrir o coração à revelação de Deus e, uma vez confirmados na fé, sermos também «testemunhas» da Ressurreição, num mundo marcado pela «cultura da morte».

Padre Ângelo Valadão

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