Todas as celebrações litúrgicas são actos de adoração e louvor à Santíssima Trindade. Todo o Ano Litúrgico decorre sob o signo do Mistério de Deus Triuno. Mas, no Domingo a seguir ao do Pentecostes, desde há muitos séculos, a Igreja celebra numa mesma solenidade as Três Pessoas Divinas, convidando-nos a rezar e a reflectir à luz do Mistério do Deus Família, do Deus Amor.
As orações e as leituras bíblicas próprias da Missa deste dia procuram catequizar-nos sobre este Mistério de Amor. A 1ª leitura, do Livro do Deuteronómio 4, 32-34.39-40 apresenta-nos a imagem de um Deus que manifesta o Seu amor pela humanidade: criando, escolhendo um Povo, libertando esse Povo do Egipto e fazendo com ele uma Aliança. Se essa imagem veterotestamentária nos apresenta uma imagem tão amorosa de Deus, muito mais, a que Jesus Cristo nos dá no Evangelho de Mateus, 28, 16-20. Ao subir para o Pai quis continuar connosco através da Igreja, a comunidade dos discípulos que participam no Mistério de Comunhão da Santíssima Trindade. Daqui a ordem dada por Jesus de irem por todo o mundo fazendo discípulos e batizando-os em «nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo».
É por isso que o Concílio Vaticano II apresenta a Igreja como tendo origem no Mistério da Trindade, retomando uma afirmação de S. Cipriano de Cartago: «A Igreja é um povo unido, pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo» (LG 4)
Padre Ângelo Valadão